Quem admitisse no Espiritismo uma doutrina de acomodação com o menor esforço, na qual as inteligências desencarnadas devessem andar cativas aos caprichos dos homens, decerto vaguearia, irresponsável, à distância da Lei.
********
Descerrando o intercâmbio entre os dois mundos, a nossa fé não vem pulverizar os óbices do caminho, que, para todos nós, funcionam à conta de estímulo e advertência, amparo e lição.
********
Achamo-nos todos, encarnados e desencarnados, na sublime escola da vida.
Cada criatura estagia na experiência que abraçou ou na luta que preferiu.
********
Não seria lógico subtrair o remédio ao doente, o serviço ao trabalhador e o ensinamento ao aprendiz.
*******
Somos prisioneiros de nossas próprias culpas e, por essa razão, não burlaremos a justiça.
Todavia, pela nossa conduta no trilho espinhoso da regeneração, podemos conquistar mais amplo socorro da confiança divina.
*******
Eis porque, antes de pedir, devemos merecer, para que nossos apelos não se apaguem no clamor do petitório vazio e inútil.
*******
Para rogar proteção é preciso também proteger.
*******
Somos elos da imensa corrente da evolução que, em se perdendo no abismo insondável das origens, repousa, com segurança, nas mãos misericordiosas e justas de Deus.
*******
Desse modo, suplicando auxílio aos Benfeitores que nos auxiliam, não nos esqueçamos de que é necessário auxiliar os irmãos menos felizes que gravitam em torno de nossos passos.
*******
Os obstáculos são bençãos em que podemos receber e dar, conforme a nossa atitude perante a vida.
*******
Recolhendo sem revolta as pedras do caminho e oferecendo ao espinheiro as flores de nossa fé, atraímos o concurso do Céu e inspiramos a paz e o perdão, a bondade e a renúncia àqueles que nos partilham as dificuldades e os sonhos de cada dia.
*******
Cada um de nós permanece, portanto, entre os instrutores do monte da luz e os necessitados do vale das trevas, com a possibilidade de amealhar as bençãos do Alto e com a obrigação de distribuí-las.
*******
Em razão disso, no estudo da assistência salvadora, que nos é administrada, não nos esqueçamos de que os outros irmãos, em problemas e lutas mais aflitivas que as nossas, estão esperando por nossa fraternidade e por nosso auxílio que somente ao preço de humildade e de amor conseguiremos distender.
(Emmanuel/Chico Xavier: Doutrina de Luz - Obstáculos, 1990, pag. 45)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir