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Estudo do livro A Gênese - Allan Kardec

Conhecendo a obra


"Por mim mesmo juro - disse o Senhor Deus - que não quero a morte do ímpio, senão que ele se converta, que deixe o mau caminho e que viva."
(Ezequiel, 33; 11)

A Gênese - os Milagres e as Pedrições segundo o Espiritismo conclui as obras básicas da Codificação Espírita. Publicado em janeiro de 1868, traz em sua folha de rosto o seguinte escrito: A Doutrina Espírita há resultado do ensino coletivo e concordante dos Espíritos. A ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis da natureza. Deus prova a sua grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e não pela ab-rogação delas. Para Deus, o passado e o futuro são o presente. Conforme é citado na introdução da própria obra, o seu objeto é o estudo de três pontos até aquela época diversamente interpretados e comentados: a Gênese(Capítulo I a XII), os milagres(Capítulo XIII a XV) e as predições (capítulo XVI a XVIII) segundo o Espiritismo, em suas relações com as nossas leis que decorrem da observação dos fenômenos espíritas.

No livro Obras Póstumas, segunda parte - transcrições, in extenso, de O Livro das Previsões referentes ao Espiritismo, vamos encontrar relatos sobre a obra A Gênese, quando da sua elaboração, publicação e revisão, conforme comunicações de: 09 de setembro de 1867 - A minha nova obra sobre a Gênese; 24 de fevereiro de 1868 - A Gênese; 23 de fevereiro de 1868 - Acontecimentos; e 04 de julho de 1868 - Trabalhos pessoais - diversos conselhos. Fica claro nestas comunicações a relevante participação da Espiritualidade na consecução deste livro, que fechou a primeira parte da obra Espírita.

De acordo a Revista Espírita ano 1868, dia 06 de janeiro de 1868 estava à venda o livro A Gênese - Os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo e na oportunidade Kardec divulga o sumário da obra. No mesmo ano, na edição de fevereiro da Revista Espírita, foi publicada a comunicação do Espírito São Luis, através do médium Sr. Desliens, recebida em 18 de dezembro de 1867, quando o São Luis faz a apreciação da obra, a qual transcrevemos alguns trechos:

"Esta obra vem na hora certa, na medida em que a doutrina está hoje bem estabelecida do ponto de vista moral e religioso.(...) O Espiritismo entra atualmente em uma nova fase; ao atributo de consolador, alia o de instrutor e diretor do espírito, em ciência e em filosofia, como em moralidade. A caridade, sua base inabalável, dele fez o laço das almas ternas; a Ciência, a solidariedade, a progressão, o espírito liberal dele farão o traço de união das almas fortes."
"(...) A religião, antagonista da Ciência, respondia pelo mistério a todas as questões da filosofia céptica. Ela violava as leisda Natureza e as adaptava à sua fantasia, para daí extrair uma explicação incoerente de seus ensinamentos. Vós, ao contrário, vos sacrificais à Ciência; aceitais todos os seus ensinamentos sem exceção e lhe abris horizontes que ela supunha intransponíveis. Tal será o efeito desta nova obra; não poderá senão assegurar mais os fundamentos da crença espírita nos corações que já a possuem, e fará dar um passo à frente para a unidade a todos os dissidentes, à exceção, entretanto, dos que o são por interesse ou por amor próprio." 
"A questão de origem que se prende à Gênese é para todos uma questão apaixonada. Um livro escrito sobre esta matéria deve, em conseqüência, interessar a todos os espíritos sérios. Por esse livro, como vos disse, o Espiritismo entra numa nova fase e esta preparará as vias da fase que mais tarde se abrirá, porque cada coisa deve vir a seu tempo. Antecipar o momento propício é tão prejudicial quanto deixá-lo escapar."
                                                                                                                                           São Luis.

O livro A Gênese desde sua publicação despertou bastante interesse, a notar pelo volume de edições e tiragens. No mês de fevereiro de 1868, Kardec registra que a primeira edição do livro A Gênese estaria no fim e que seria feita a tiragem da segunda edição, esgotada também em março do mesmo ano, quando o codificador refere-se a impressão da terceira edição.


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