Extraímos do livro "Pensamento e Vida" de autoria espiritual de Emmanuel e psicografia de Chico Xavier esta reflexão acerca da "cooperação". A obra nas palavras do Autor "adaptada quanto possível ao campo do esforço humano" foi baseada em "singela cartilha falada" de que dispõem os Espíritos em suas tarefas no plano espiritual, junto aos companheiros em trânsito para o berço, utilizadas em suas "escolas de regeneração, entre a morte e o renascimento".
Como referido anteriormente, o autor utiliza o termo "cartilha falada", o que a princípio, sem uma análise mais criteriosa, podemos deduzir que se trata de um pequeno livro. Mas não se trata apenas disto. Emmanuel com sua destreza com as palavras, geralmente não as utiliza isoladamente, todas "cooperam" para construção de suas ideias de maneira bela, sutil e profunda. O leitor deve estar atento para que possa extrair as verdades essenciais de seus textos. Em sentido literal, cartilha é um livro didático voltado para à alfabetização infantil. Com essa informação volte a leitura do primeiro parágrafo e irá compreender, em resumo, a finalidade pedagógica da obra. Daí, o objetivo de trazer, eventualmente, algumas de suas lições.
Muita paz!!!
Estude e Viva!!!
COOPERAÇÃO
Para que alguém dirija com êxito e eficiência uma empresa importante, não lhe basta a nomeação para o encargo.
Exige-se-lhe um conjunto de qualidades superiores para que a obra se consolide e prospere. Não apenas autoridade, mas direção com discernimento. Não só teoria e cultura, mas virtude e juízo claro de proporções.
Dilatados recursos nas mãos, a serviço de uma cabeça sem rumo, constituem tesouros nos braços da insensatez, assim como a riqueza sem orientação é navio à matroca.
Quem governa emitirá forças de justiça e bondade, trabalho e disciplina, para atingir os objetivos da tarefa em que foi situado.
Quando o poder é intemperante, sofre o povo a intranquilidade e a mazorca, e, quando a inteligência não possui o timão do caráter sadio, espalha, em torno, a miséria e a crueldade.
Daí, conhecermos tantos tiranos nimbados de grandeza mental e tantos gênios de requintada sensibilidade, mas atolados no vício.
No mundo íntimo, a vontade é o capitão que não pode relaxar no mister que lhe é devido.
E assim como administrador de um serviço reclama a ajuda de assessores corretos, a vontade não prescindirá da ponderação e da lógica, conselheiros respeitáveis na chefia das decisões.
No entanto, urge que o senso de cooperação seja chamado a sustentar-lhe os impulsos.
Nas linhas da atividade terrestre, quem orienta com segurança não ignora a hierarquia natural que vige na coexistência de todos os valores indispensáveis à vida.
Na confecção do agasalho comum, o fio contará com o apoio da máquina, a máquina esperará pela competência do operário, o operário edificar-se-à no técnico que lhe supervisiona o trabalho, o técnico arrimar-se-à na diretoria da fábrica e a diretoria da fábrica equilibrar-se-à no movimento da indústria, dele extraindo o combustível econômico necessário à alimentação do núcleo de serviço que lhe obedece aos ditames.
Observamos, assim, que no estado individual a vontade, para satisfazer à governança que lhe compete, sem colapsos de equilíbrio, precisa socorrer-se da colaboração a fim de que se lhe clareie a atividade.
A cooperação espontânea é o supremo ingrediente da ordem.
Da Glória Divina às balizas subatômicas, o Universo pode ser definido como sendo uma cadeia de vidas que se entrosam na Grande Vida.
Cooperação significa obediência construtiva aos impositivos da frente e socorro implícito às privações da retaguarda.
Quem ajuda é ajudado, encontrando, em silêncio, a mais segura fórmula de ajuste aos processos da evolução.
Emmanuel
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